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Fruto do Espírito: Evidência da Predestinação


Sou presbiteriano, ouço o ensino da predestinação desde a minha infância, e por mais ensino que exista sobre a doutrina dos Decretos Eternos de Deus é costumeiro ouvir alguns irmãos dizerem, enchendo o peito, a seguinte exclamação: “Eu sou predestinado!”.

Não há problema algum em você dizer de si mesmo que é um predestinado* – desde que você seja um. A grande questão, que é a causa da minha indignação neste texto, é que boa parte dos que gritam para todo mundo ouvir “– Eu sou predestinado!” geralmente o fazem para mascarar uma vida pecaminosa, como se dessa frase emanasse algum poder mágico que sopra em suas mentes o seguinte pensamento: “Não importa o que eu faça, que tipo de vida eu leve; se estou ou não em comunhão com Cristo e com a Igreja, Deus não tem escolha, afinal ele já me elegeu ao Paraíso, assim, faça o que eu faça a Terra Prometida já me pertence”. Tomados desse pensamento muitos caminham mesmo preordenados ao fervente Lago de Fogo destinado para o Diabo e seus anjos, ao invés da Eternidade com Deus.

Os verdadeiros eleitos de Deus para a salvação depositam a sua confiança exclusivamente em Cristo, na certeza de que ele nos elegeu antes da fundação do mundo a fim de nos livrar das nossas más obras; da nossa pecaminosidade já providenciando antes da fundação do mundo as boas obras e o fruto do Espírito Santo, afim de que os seus eleitos andassem neles. Assim diz Paulo aos Efésios: “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor... desvendando-nos o mistério da sua vontade segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo... nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade.” (Ef 1.4,9,11) e ainda: “Pois fomos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.10).

Em Gálatas 5, o Apóstolo Paulo nos apresenta uma lista de atributos que possuem aqueles que são de fato predestinados de Deus. Essa lista é chamada de Fruto do Espírito e a compõe as seguintes qualidades individuais: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” (Gl 5.22,23) e conclui afirmando, “se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25). Não há como viver em Cristo e continuar andando nas trevas, não há como servir a dois senhores, não há a possibilidade de andar no Espírito e passar uma vida inteira produzindo frutos podres.

Como disse, existem muitos na igreja gritando aos quatro ventos: “ – Eu sou predestinado!”, quando suas conhecidas obras são: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas...” (Gl 5. 20,21). Para estes a conclusão de Paulo é clara: “...não herdarão o reino dos céus os que tais coisas praticam” (Gl 5.21).

Não somos salvos pelas boas obras, mas certamente, como eleitos de Deus, elas nos foram postas em nossas mãos a fim de que nós as executemos, e assim, a glória de Cristo seja manifesta a este mundo.

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